Há entre nós, adventistas, certa tendência de nos preocuparmos de
forma incorreta com respeito ao preparo para a volta de Jesus. Muitos se
alarmam frequentemente com um ou outro acontecimento que tem lugar no
mundo, ou com alguma propalada ameaça de leis dominicais, ou se o atual
papa é o último, se a perseguição está iminente, etc. E quando aparece,
então, algum novo pregador, ou pregadora, afirmando ter nova luz sobre
profecias, ou novas interpretações sobre os sinais do fim do mundo, há
sempre um grupo numeroso de irmãos que acorrem pressurosos para ouvir
esses arautos de coisas sensacionais.
Não que necessariamente esses pregadores sejam desleais aos ensinos
da igreja. Tanto eles, como os que se apressam a ouvi-los são, em geral,
cristãos sinceros, mas que se tornam vítimas de interpretações
equivocadas a respeito da vida cristã, das profecias, e do que consiste o
preparo para a volta de Jesus. Geralmente reúnem textos isolados do
Espírito de Profecia e da Bíblia, dando-lhes interpretações
particulares, e acabam crendo firmemente em suas pretensas descobertas.
E, como resultado, a religião de muitos vai se tornando fonte de
incertezas e ansiedade. E então começam a se perguntar: E se Jesus vier
hoje, estarei eu salvo? Terei alcançado pleno perdão de minhas faltas?
Outros passam a fazer planos de ir morar em alguma localidade distante,
escondida, pretensamente fora do alcance da perseguição; e outros,
ainda, fazem do perfeccionismo, do ativismo, do naturismo, e de outros
ismos mais, práticas meritórias ligadas à salvação.
Tempos especiais de provas virão, um dia, em cumprimento profético,
mas em nada nos ajudará o anteciparmos esses tempos por desnecessárias
preocupações, conforme adverte a própria Srª White no livro Mensagens
Escolhidas, volume 2, p.13.
Sem dúvida, o anseio por estar preparado para a volta de Jesus é um
sentimento natural do cristão fiel, mas, em que consistiria esse
preparo? Seria em uma religião cheia de inquietações e temores? Eis uma
declaração preciosa de Ellen White sobre essa questão: “A vida em
Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver êxtase de sentimento, mas
deve existir uma constante, serena confiança. Vossa esperança não está
em vós mesmos; está em Cristo.” – Caminho a Cristo, p. 60.
E no mesmo capítulo ela escreve: “Não devemos fazer de nós o
centro, nutrindo ansiedade e temor quanto à nossa salvação. Tudo isto
desvia a alma da Fonte de nosso poder … Ponde de parte a dúvida; despedi
vossos temores.” – Ibidem, p. 61.
A promessa de Jesus é: “Vinde a Mim … e achareis descanso para a vossa alma.” – Mateus 11:28 e 29
Mas alguém poderá perguntar: E a obediência aos mandamentos, as boas
obras, a participação na igreja, a vitória sobre o pecado e o
mundanismo, não são fatores importantes na vida cristã? Claro que sim.
Mas esses são frutos naturais de uma vida de comunhão com Deus, e não
degraus para a salvação. Se já aceitamos verdadeiramente a Jesus como
nosso Salvador e vivemos em comunhão com Ele, não haverá mais o que
temer, nem quanto ao presente, nem quanto ao futuro. NEle, e com Ele,
estaremos seguros. Portanto, se Jesus vier hoje, ou daqui a um ano, ou
após a nossa morte, não importa. Nossa esperança está firmada nEle, e
podemos dizer como o fez Paulo: “Já agora a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não
somente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua vinda.” – 2 Timóteo 4:8.
E, finalmente, se você deseja saber qual é o ponto mais importante da vida cristã, e que produz
firmeza espiritual, crescimento na graça e plena certeza da salvação,
eu responderia com toda segurança, alicerçado nos ensinos sagrados: É o
tempo diário dedicado à comunhão com Deus, pela leitura devocional da
Bíblia e pela oração particular, a qual, no dizer de Ellen White, “é a
alma da religião”. Se você ainda não tem essa prática devocional diária,
experimente instituí-la em sua vida. Quinze minutos, meia hora, o tempo
que você puder, e no horário que lhe for mais favorável. Você ficará
surpreso com os resultados.
Na parábola da videira, Jesus nos ensina o segredo da vida cristã vitoriosa: “Permanecei
em Mim, e Eu permanecerei em vós. … Eu sou a videira, vós, os ramos.
Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim
nada podeis fazer.” – João 15: 4 e 5.
Com efeito, o ramo que estiver ligado à Videira nunca secará, nunca
será lançado fora, nunca se perderá. Crê você nisso? É Jesus quem nos dá
essa certeza!
Com razão escreveu Kent A. Hansen, consagrado autor evangélico: “No mais alto sentido a vida eterna é, essencialmente, questão de relacionamento com Deus, e não de atividades. Jesus declarou: ‘A vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste’ (João 17:3).” – RA, maio/2000.
Eis, pois, o que é a vida cristã genuína. É permanência em Cristo. É
estar ligado à Cristo pela comunhão contínua. Esse é o verdadeiro
preparo para a volta de Jesus. Sem temores vãos. Sem extremismos. Sem
sensacionalismos. Em “constante e serena confiança”. E, então, poderemos
cantar de todo o coração o belo hino: “Que segurança! Sou de Jesus!”
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