Qui, 11
de Outubro de 2012 09:58
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Brasília, DF ... [ASN] Estudos avançados mostram
que a religiosidade possui notória influência sobre a longevidade e mesmo
qualidade de vida humana. Nesta última semana, a revista Veja, uma das
principais semanais brasileiras, apresentou entrevista com o psiquiatra e
professor da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), Harold Koenig. O
médico será um dos palestrantes das Jornadas
Internacionais de Bem-Estar Emocional, Espiritual e Saúde, que
acontecem em agosto de 2013 em Buenos Aires, na Argentina. Autor do
livro Medicina, Religião e Saúde – O Encontro da Ciência e da
Espiritualidade, Koenig disse à revista que a religiosidade aumenta a
sobrevida das pessoas em até 35%. Confira alguns trechos da entrevista
concedida à jornalista Fernanda Allegretti.
Como o
senhor chegou à conclusão de que a religiosidade aumenta a sobrevida das
pessoas em até 29%?
Há uma
relação significativa entre frequência da prática religiosa e longevidade.
Acredito que o impacto na sobrevida seja até maior, algo em tomo de 35%. Três
fatores influenciam a saúde de quem pratica uma religião. O primeiro são as
crenças e o significado que essas crenças atribuem à vida. Elas orientam as
decisões diárias e até as facilitam, o que contribui para reduzir o stress. O
segundo fator está relacionado ao apoio social. As pessoas devotadas convivem
em comunidades com indivíduos que acreditam nas mesmas coisas e oferecem
suporte emocional e, às vezes, até financeiro. O terceiro fator é o impacto
que a religião tem na adoção de hábitos saudáveis. Tanto os mandamentos
religiosos quanto a vida em comunidade estimulam a boa saúde. Os religiosos
tendem a ingerir menos álcool, porque circulam em um meio onde ele é mais
escasso e com pessoas que bebem menos. Eles também têm inclinação a não
fumar. É menos provável que adotem um comportamento sexual de risco, tendo
múltiplos parceiros ou parceiros fora do casamento. Tudo isso influencia a
saúde e faz com que vivam mais e sejam mais saudáveis.
Quem se
torna religioso tardiamente também se beneficia?
Quem se
toma religioso numa idade mais madura também se beneficia, especialmente dos
aspectos psicológicos e sociais. A vida passa a ter mais sentido, a pessoa
ganha apoio da comunidade, esperança e interlocutores afinados com o seu
jeito de ver o mundo. A consequência é a melhora da qualidade de vida. A
saúde física, no entanto, não será tão influenciada porque não dá para apagar
os anos de maus hábitos e os estragos feitos pelo excesso de stress.
Ter fé
não é o mesmo que seguir uma religião. Do ponto de vista dos benefícios, isso
também faz diferença?
Não
adianta só dizer que é espiritualizado e não fazer nada. É preciso ser
comprometido com a religião para gozar seus benefícios. É preciso acordar
cedo para ir aos cultos, fazer parte de uma comunidade, expressar sua fé em
casa, por meio de orações ou do estudo das escrituras. As crenças religiosas
precisam influenciar sua vida para que elas influenciem também sua saúde.
Como as
diferentes religiões se comparam nesse efeito positivo sobre a saúde e a
longevidade que o senhor detectou?
Não há
estudos confiáveis comparando as religiões. Até porque as mesmas religiões se
desenvolvem em ambientes completamente diferentes e são influenciadas por
esses ambientes. Um credo cujos benefícios são óbvios no Brasil pode não ter
o mesmo efeito positivo sobre as pessoas nos países árabes.
Algumas
enfermidades respondem melhor à prática religiosa do que outras?
As
doenças relacionadas ao stress, como as disfunções cardiovasculares e a
hipertensão, parecem ser mais reativas a uma disposição mental de cunho
religioso. O stress influencia as funções fisiológicas de maneira já muito
conhecida e tem impacto em três sistemas ligados à defesa do organismo: o
imunológico, o endócrino e o cardiovascular. Se esses sistemas não funcionam
bem. Ficamos doentes. A religiosidade põe o paciente em outro patamar de
tratamento. Pacientes infartados que são religiosos, por exemplo, têm menos
complicações após a cirurgia, ficam menos tempo internados e, claro, pagam
contas hospitalares mais baixas.
O
senhor diz que quem vê Deus como uma entidade distante e punitiva tem menos
benefícios para a saúde do que quem o vê como um ser compreensivo e que
perdoa. Por quê?
A
religião pode virar uma fonte de stress se aumentar o sentimento de culpa ou
gerar um mal-estar na pessoa por ela não conseguir cumprir com o que a
doutrina considera que são suas obrigações religiosas. Não existem pesquisas
que constatem isso, mas certamente um Deus punitivo, que vigia e condena seus
erros, vai elevar esse stress. Por isso, acho que faz bastante diferença
acreditar em um Deus amoroso e misericordioso.
[Equipe
ASN, Felipe Lemos, com informações do blog Criacionismo]
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Especialista conclui que religiosidade influencia longevidade
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